Nesta quarta-feira, 13 de Fevereiro iniciamos a quaresma que
dentro do grande círculo litúrgico da Igreja Católica marca os preparativos
para a páscoa do Senhor.
No entanto o primeiro dia da quaresma, uma quarta-feira que
não é uma quarta qualquer, mas uma quarta-feira de cinzas.
Marcado pela reflexão, penitência e oração a quarta-feira de
cinzas é também o marco inicial da campanha da fraternidade promovido em todas
as dioceses brasileiras encabeçada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil) com a qual voltaremos nossos olhos para a juventude em clima de
preparação para a grande Jornada mundial da Juventude presidida pelo Santo
Padre, o Papa.
Este ano, porém, não é um ano qualquer, mas um Ano da Fé!
Aberto pelo Papa Bento em Outubro do ano passado aproveitando o aniversário de
50 anos do Concílio Vaticano II e os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica
promulgado pelo Beato Papa João Paulo II.
O que é então o Ano da Fé?
A proposta do nosso Sumo Pontífice, proposta a todos os
cristãos é a de que o ano da fé seja um ano em que todos “avancem para águas mais profundas” (Lc 5,4), isto é, que todos
mergulhem no mistério da nossa fé vivendo e celebrando a misericórdia de nosso
Deus através da celebração Eucarística e de todas as atividades pastorais com
as quais nos envolvemos em nossas comunidades eclesiais.
É por isso que o Santo Padre nos escreve com fervoroso zelo
apostólico: “Desejamos que este Ano
suscite, em cada crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada
convicção, com confiança e esperança. Será uma ocasião propícia também para
intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia, que
é ‘a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana
toda a sua força’. Simultaneamente, esperamos que o testemunho de vida dos
crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé
professada, celebrada, vivida e rezada e refletir sobre o próprio ato com que
se crê é um compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano.” (Porta Fidei,9)
Assim como na quaresma somos convidados pelo profeta: “Rasgai os vossos corações” (Jl 2,13). O
Santo Padre nos convida a redescobrir os conteúdos da fé professada e isto só é
possível como ato sincero de conversão.
Uma coisa leva a outra. Com efeito, São Paulo Apóstolo é
outro que nos convida a este mergulho no mistério da fé: “em nome de Cristo exercemos a função de embaixadores e por nosso
intermédio é Deus mesmo que vos exorta. Em nome de Cristo suplicamo-vos:
reconciliai-vos com Deus. Aquele que não conhecera o pecado, Deus o fez pecado
por causa de nós, a fim de que, por ele, nos tornemos justiça de Deus.” (2Cor
5,20)
O Ano da Fé é também um pedido apostólico para que nos
deixemos reconciliar, para que realmente façamos uma conversão, isto é, uma
mudança radical em nossas vidas acolhendo assim a graça de sermos chamados
filhos de Deus.
O profeta , o apóstolo e o Santo Padre apenas reforçam as
palavras de Jesus narradas pelo evangelista Marcos e que ouvimos toda
quarta-feira de cinzas quando as cinzas nos são impostas pelo sacerdote ou um
de seus ministros: “Convertei-vos e
credes no evangelho” (Mc 1,15)
O tempo do reino de Deus chegou e somos convidados a entrar
nele através da “Porta da Fé”. A conversão é um ato reflexivo pessoal que
emerge na vida comunitária, nos faz perceber que buscamos o melhor e que
através da profissão falada e vivenciada da fé alcançaremos o melhor juntos,
isto é a santidade, pois nosso Deus também é comunidade sendo três em um só e
espera de todos os cristãos uma resposta de amor e justiça, por isso, rasguemos
nossos corações e com alegria entremos no reino para participarmos da ceia do
Senhor, pois somos Felizes por ter recebido de Deus o convite para cear com ele.
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