domingo, 14 de maio de 2017

História de uma comunidade: Nossa Senhora Auxiliadora do Campo Alegre

História de uma comunidade: Nossa Senhora Auxiliadora do Campo Alegre
Por Brener Alexandre[1]

O nosso povo é um povo que conta histórias e estórias, a narrativa faz parte da constituição fundamental da nossa cultura. Para explicar a realidade, para ensinar e transmitir valores. Poderíamos ter começado com um “era uma vez”, com um “a muito tempo atrás”, mas eu gostaria de iniciar essa história com um início bastante famoso para nós cristãos católicos. Quero começar como se inicia as narrativas bíblicas, como começa o livro do Atos dos Apóstolos. Porque houve um dia em que Deus suscitou homens e mulheres de bem tocando-lhes o espírito para que formassem em sua vizinhança  uma assembleia reunida.

Naqueles dias, isto é, a 47 anos atrás (1970) Deus inspirou o seu povo e fez nascer no coração de homens e mulheres do bairro Campo Alegre o desejo de se reunir para celebrar o domingo do Senhor, agradecer e louvar a Deus por dar-lhes desejo ardente de servi-lo e de estar com Ele formando nova comunidade de fé.

Havia desde o princípio o lote remanescente do loteamento do nascente bairro Campo Alegre. Dona Luiza Barbosa, dona Iris (do Sr. Américo) e Sr. Raimundo (de dona Rosa) realizaram a limpeza do lote fazendo a capina. O Sr. Raimundo introduziu a cruz marcando o espaço sagrado. E num galpão improvisado o povo de Deus que habitava o conjunto do Campo Alegre se reunia para fazer suas orações em comunidade.

Padre Valdir, era àquela época o vigário paroquial e trouxe de Sabará duas imagens para que a nova comunidade escolhesse o seu padroeiro. Uma das imagens era a do Sagrado Coração de Jesus e a outra a de Maria Auxiliadora. Dona Luiza escolheu a imagem da Virgem Auxiliadora, confiando Maria Santíssima como patrona da comunidade. A Igreja crescia como comunidade de fé graças a Deus que presenteou o seu povo com homens e mulheres de boa vontade. Homens como os senhores Propécio, Raimundo, Américo, e mulheres como dona Iris, Luiza, Pompea, Ana Cunha, Terezinha Barbosa, Conceição Pimenta, Graça e muitas outras pessoas que até hoje contribuem para manutenção da vida comunitária na Igreja de Maria Auxiliadora.

O livro do Atos dos Apóstolos nunca foi concluído. A história das primeiras comunidades cristãs ficou aberta no tempo e nós continuamos a escrevê-la com as nossas vidas como seguidores do Caminho, da Verdade e da Vida. Também a história da comunidade Nossa Senhora Auxiliadora continua a ser escrita na memória e no coração dos membros da comunidade. Deus já chamou dona Luiza e tantos outros membros da comunidade para junto de si, mas chamou muitos outros também pelo nome a continuar o que eles começaram. Alguns como dona Pompea, dona Terezinha e senhor Raimundo que transmitiram aos seus filhos o cuidado para com a comunidade que seus pais começaram. “Tradição” palavra de origem latina que significa entregar, confiar, transmitir. A história da Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora do campo Alegre continua a ser contada na vida de cada um de seus membros dos mais velhos aos mais novos, por pais, mães, avós, filhos, netos. Contada por Antônio, Jorge e Rosely, por Rogéria, Rosana e Edite. Por Nelson, Carlos e Vanessa, Laura, Victor, Sara, Luisa e Anésia. E por todos que embelezam com a sua fé, esperança e caridade alegrando o coração de Deus com sua presença em cada celebração da nossa fé, nas missas, nas pastorais e movimentos que formam de forma visível o corpo invisível do Cristo ressuscitado.



[1] Paroquiano da Paróquia Cristo Operário e membro da comunidade Nossa Senhora Auxiliadora. Texto originalmente publicado no jornal da paróquia Cristo Operário edição de maio/2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário